A fenomenal Curiosidade
Só se você estiver em hibernação profunda ou inconsciente terá perdido, nesta semana, em meio às várias transmissões olímpicas, o sensacional feito dos engenheiros e cientistas da Nasa.
Após anos de preparativos e meses de voo, a sonda exploratória Curiosity (Curiosidade) foi depositada em Marte, o planeta que tanto fomenta a imaginação humana.
A máquina é do tamanho de um Mini Cooper, pesando em torno de uma tonelada. Transportá-la por centenas de milhões de quilômetros e pousá-la no local desejado é um feito de tirar o chapéu.
E tudo foi feito automaticamente, por computadores a bordo, já que o pouso levou sete minutos e as comunicações com a Terra demoram 14, devido à distância.
Ou seja, um robô ultrassofisticado pousou por si só em Marte.
Sua função principal? Buscar por traços de vida, atual ou extinta, na superfície e no subsolo marciano.
Hoje (escrevo na quinta), vi as primeiras imagens transmitidas pela Curiosidade após a aterrissagem: meio vagas, mostrando uma colina à distância, a borda da cratera Gale. Elas podem ser vistas em http://www.nasa.gov/mission_pages/msl/multimedia/PIA15691.html. Quem gosta de Twitter pode seguir a sonda: @MarsCuriosity.
Marte é como já sabíamos: seco, frio, proibitivo. Na imagem, podem ser vistos pedregulhos na superfície. Com seus instrumentos, a Curiosidade vai coletar amostras do solo e do subsolo e analisá-las quimicamente, buscando traços de matéria orgânica ou de processos metabólicos que indiquem a presença, no presente ou no passado, de algum tipo de vida.
Marte de hoje, com uma atmosfera mais rarefeita do que a da Terra, composta quase que só por gás carbônico, é bem diferente do planeta de bilhões de anos atrás.
Por meio de estudos da geologia marciana e dos depósitos de água que ainda existem lá, estima-se que, quando a Terra era ainda um bólido de fogo e lava, Marte já houvesse se acalmado e