A Felicidade em Eclesiastes
Marciano Rodrigues1
INTRODUÇÃO
Logo no primeiro versículo do livro fica bem claro quem seria o autor. Pois o livro inicia dizendo: “palavras de Qohélet, filho de Davi, rei de Jerusalém” (Ecle 1,1). Com essas palavras fica bem claro que o livro é de autoria de Salomão. Para a tradição judaica e para os santos padres até o século XVII, isso é totalmente aceitável. Porém posteriormente a esse período, estudos comprovam que na época em que foi escrito o livro do Eclesiastes era bastante comum que fosse atribuído a uma grande personalidade, pois tal escrito ganharia muito valor. Somente no século XVII, foi que os estudiosos puderam mostrar que o livro pertencia a Salomão, não por ter sido ele que o escreveu e, sim, porque a ele foi atribuído. O verdadeiro autor foi um sábio cujo nome não é conhecido, porém de sobrenome Qohélet.
Esse livro foi escrito no século III a.C. próximo ao ano 200. O mesmo tem como objetivo principal dá uma resposta a tantos problemas que há na vida do ser humano. Exemplo: a felicidade, como ser feliz.
Qohélet, esse sábio desconhecido é bastante observador para que através disso possa adquirir sabedoria e dar respostas aos problemas. “Coloquei todo o meu coração em investigar e em explorar côa a sabedoria tudo o que se faz debaixo do céu”(Ecle 1,13). Também é um crítico radical, pois todos os problemas que estão ao seu redor são vistos da mesma forma seja por um sábio, pelos responsáveis ou pela comunidade de modo geral. Porém, para ele é diferente no seguinte aspecto: ao perceber o problema não consegue permanecer calado como os demais. Qohélet, não age como um moralista levantando a voz como fazia os antigos profetas. Contudo, age como sábio mostrando a contradição existente entre teoria e prática, entre o que é ensinado e o que realmente acontece no dia a dia da comunidade.
Sendo Qohélet um homem muito sábio, era aberto para as varias culturas existentes em sua época. Portanto, nada mais comum, do