A fase científica da economia - novos valores ou nova oikonomia?
2.2 A fase científica da economia: novos valores ou a nova oikonomia?
“Dirigimo-nos, não à sua humanidade, mas ao seu egoísmo, e nunca lhe falamos das nossas necessidades, mas das suas vantagens”[1]. Esta seria a orientação de Adam Smith, aceito como pai da economia moderna, para as ciências econômicas. Deveria a economia ocupar-se da investigação sobre as causas, as origens e a apropriação da riqueza. Mas é somente a partir desse ponto que a ciência econômica deveria ser considerada. A história das doutrinas econômicas nos explica que a economia atinge a sua fase científica a partir de Quesnay (1758), em outras palavras, foi necessária a criação de um quadro econômico quantitativo (Tableau Economique) para que a ciência econômica saísse da sua pré-cientificidade. Aqui podemos iniciar efetivamente a relação da economia com o pensamento mecanicista e sua original dependência com as outras ciências e áreas do conhecimento humano. De acordo com um importante manual de economia, “a construção do seu núcleo científico fundamentou-se no enunciado de um apreciável volume de leis econômicas, desenvolvidas com base nas concepções mecanicistas, organicistas e posteriormente humanas”. (GREMANUD, 2005, p. 7).
O início da era mercantilista, que representou grande papel para a aplicação e reconhecimento de leis econômicas empíricas, reuniu condições históricas expressivas que influenciaram o desenvolvimento da moderna ‘ciência econômica’. Alguns dos acontecimentos relacionam-se diretamente com a ampliação das atividades econômicas (mercantis). O Renascimento, como já o descrevemos, representou grandes transformações para as artes, literatura, estruturas do pensamento e método de investigação. A Reforma imprimiu o condicionamento econômico à vida