A Família e a Criança Deficiente
Jemima Giron
Pesquisadora no Laboratório de Distúrbios do Desenvolvimento do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Quando pensamos no ser humano e em suas características mais especificas e únicas, certamente não podemos deixar de pensar na família, que é, sem duvida, a estrutura mais especificamente humana e insubstituível que podemos mencionar (LUKAS, 1983, apud DUARTE, 2001). Ela, enquanto grupo social é uma formação humana universal dentro da qual cada membro tem uma função repleta de sentido (SOUZA, 1996).
Ao longo dos últimos 30 anos, a literatura vem mostrando as grandes mudanças que a família, em sua estrutura, vem enfrentando. Com o distanciamento do modelo nuclear original, pai/mãe/filhos, cada vez mais fazem parte da nossa realidade diferentes arranjos familiares, como as famílias recasadas ou reconstituídas. No entanto, independente de sua configuração, a sua funcionalidade e a qualidade do relacionamento que seus membros estabelecem entre si, devem ser mantidas. (Féres-Carneiro, 1992)
Muito se tem falado a respeito da grande importância que os aspectos ambientais têm para o desenvolvimento das crianças, e principalmente, como ressalta Fiamenghi Jr e Mesa (2007), o papel da família é fundamental, pois ela é o primeiro grupo no qual o indivíduo é inserido; sendo, portanto uma força social que tem influência direta na determinação do comportamento humano e na formação da personalidade (BUSCAGLIA, 1997).
Segundo Minuchin (1990), cabem às famílias as funções de proteção e socialização de seus membros mais novos, bem como a transmissão da cultura na qual estão inseridos. Desta forma, a família também tem papel fundamental na constituição do individuo, uma vez que, segundo Prata & Santos (2007), é ela quem dá o suporte para o desenvolvimento e amadurecimento de seus membros nas esferas biológica, psicológica e social. Neste sentido, o tipo de funcionamento familiar é um aspecto