A falácia neoclássica
O objetivo deste texto é apresentar, sucintamente, os modelos teóricos que hoje dominam o mainstream do pensamento econômico, principalmente no que tange à política comercial internacional e sua relação com o desenvolvimento das nações no século XXI. Pretendo, por meio deste, expor a fragilidade das premissas nas quais esses modelos, de inspiração neoclássica, estão alicerçados - quando comparadas ao mundo real –, além de propor uma alternativa de política comercial externa para o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos, diferente daquela apresentada pelo Consenso de Washington e pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Não é de hoje que o pensamento econômico encontra-se dominado por idéias e modelos da Teoria Clássica, mais recentemente pela sua adaptação, a Teoria Neoclássica, baseada predominantemente em análises de utilidade e abordagens microeconômicas, construídas sobre um forte aparato matemático. Ambas as teorias pregam pouca ou nenhuma intervenção estatal, liberdade comercial entre os países e ênfase no poder do mercado e no seu Equilíbrio Walrasiano – equilíbrio entre oferta e demanda agregada, tanto no mercado de bens como no dos fatores. Com a disseminação e adoção dessas teorias como verdade absoluta por diversos indivíduos, entidades e países, pouco espaço – fora do mundo acadêmico - foi dado às importantes contribuições de outras teorias, como a Escola Austríaca, a Economia Marxista e a Teoria Keynesiana. Quanto à política comercial, os modelos clássicos e neoclássicos frisavam que era benéfico aos países, tanto centrais como periféricos, exporem-se ao comércio internacional, de forma a maximizar o bem-estar dos seus agentes e logo da sociedade como um todo, bilateralmente. Para entender melhor os modelos clássicos e neoclássicos quanto ao comércio internacional, dos quais deriva a conclusão de livre comércio como solução vantajosa para ambos os lados, devemos retroceder até a primeira abordagem clássica sobre o