A face humana da sociologia
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A fac e humana da s oc iologia
O pensador polonês Zygmunt Bauman reflete sobre a sociedade contemporânea e o desafio de encontrar respostas a problemas que ela mesma criou
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Laur a Gr eenhalgh - O Es tado de S.Paulo
O polonês Zy gmunt Bauman, com a sabedoria ex tra que os 85 anos de v ida lhe conferem, cultiv a a v irtude da dedicação, a despeito das distrações temporárias. E ao cultiv ar tal v irtude, torna ev idente seu apego ao campo de estudos que abraçou há muito tempo: é um sociólogo em tempo integral. Acredita que suas ferramentas de análise da realidade precisam estar sempre à mão, prontas para dar mais uma v olta no parafuso das nossas inquietações ex istenciais. Dias atrás, ao receber um punhado de questões env iadas por email pelo caderno Sabático, este senhor de cabelos brancos e jeito de av ô se pôs a escrev er obstinadamente de sua casa na I nglaterra, enfrentando uma madrugada (insone, como admitiria) no compromisso de não deix ar pergunta sem resposta. Não queria ser superficial, ou "perfunctório", acrescentou em tom solene. O retorno ao questionário não poderia ter sido mais generoso: o célebre criador do conceito de "modernidade líquida" flui em reflex ões prov ocantes, desestabilizadoras, feitas sob o signo do ecletismo e da univ ersalidade, como sempre. Quem lhe conhece a obra, já sabe: pode- se concordar ou não com suas análises sociológicas, mas permanecer indiferente a elas é difícil.
São mais de 20 títulos publicados no Brasil deste professor emérito das univ ersidades de
Varsóv ia e Leeds, num total em torno de 25 0 mil liv ros v endidos. Recentemente chegaram às liv rarias Bauman sobre Bauman, longo diálogo com o sociólogo inglês Keith T ester, e Vidas em Fragmentos, conjunto de oito ensaios em torno da sociedade de consumidores; e em junho será lançado 44 Cartas do
Mundo Líquido Moderno, material