A fabrica da pobreza

A FABRICA DA POBREZA

O mês passado, com o pessoal que organizou e trabalhou nos cursinhos pré-vestibulares propostos pela ACMOR nas cidades de Miguel Calmon, Tapiramutá e Pintadas no 2011 ficamos impressionados com a sintonia dos resultados. Nestas cidades, de fato, a maioria dos jovens que desistiram depois de alguns tempos da freqüência do cursinho, foram jovens da classe pobre. Foi uma dato que achamos bastante chocante, também porque se este tipo de cursinho foi implantado foi exatamente para atender as expectativas muitas vezes frustradas daqueles jovens inteligentes de classe pobres, sem o dinheiro para arcar as despesas dos cursinhos das grandes cidades e dos alugueis para morar fora. Porque isso aconteceu? Porque um jovem de classe humilde desperdiça uma ocasião como esta para sair do circulo vicioso da pobreza?

A minha resposta pessoal é que tudo isso não é nada mais que o fruto de décadas de paternalismo repassado com o bonito nome de projetos sociais. Acostumar alguém a receber por tempo indeterminado um beneficio para se manter, sem cobrar nada em troca, com o tempo vicia. A coisa pior é que este estilo por assim dizer “social” cria uma cultura, uma maneira de ser, de viver, ou melhor, de sobreviver. Os bairros pobres das nossas cidades estão se transformando em verdadeiros guetos de gente acostumada viver de beneficio do governo ou de outras entidades. Este costume com o tempo vicia, rende preguiçosos, mas, sobretudo tira a vontade de correr atrás daquilo que é possível conquistar com o próprio esforço. E, assim, não tem somente jovens desistindo de cursinhos pré-vestibulares, mas também jovens ou mulheres não querendo trabalhar nas casas, ou homens preferindo ficar nos bares o dia todo que sair em busca de trabalho. O desastre humanitário desta pratica é incalculável porque é planejado: é um projeto bem claro e definido e, além disso, a inércia leva consigo uma serie impressionante de outros problemas como a droga, o alcoolismo, a prostituição