A exploração do trabalho infantil
A exploração do Trabalho infanto-juvenil na seara do capital
A realidade do trabalho infanto-juvenil não é algo recente, ao contrário, aponta na história desde tempos remotos, ocasionada pelo processo histórico social, econômico e cultural da sociedade, agrava-se pelo processo de globalização, em que a sociedade é marcada pela desigualdade e o baixo custo da mão de obra. É nesta lógica que o trabalho infantil se constitui como um dos principais elementos que contribuem para o rebaixamento dos custos do trabalho nos países em desenvolvimento, já que uma vez a retribuição da força de trabalho de uma criança é inferior à de um adulto, o seu custo é menor e, na maioria das vezes, trabalha tanto quanto um adulto. É a partir desta perspectiva, que se buscará neste capítulo, uma maior reflexão dos diferentes elementos que incidem sobre o trabalho infanto-juvenil e que o desvenda. Será explicitado ainda, como esses fatores se articulam e se coadunam nesta lógica societal destrutiva, que solapa a infância, degenera as famílias e desumaniza o ser social desde pouca idade.
1.1 As particularidades da exploração do trabalho infantil na sociedade capitalista: aspectos econômicos e sociais
O trabalho, segundo Antunes (2003, p. 125) “[...] mostra-se como momento fundante de realização do ser social, condição para sua existência; é o ponto de partida para a humanização do ser social e o motor decisivo do processo de humanização do homem”. Como se pode perceber, o processo de trabalho é constitutivo do mundo dos homens, é nesse processo que o homem transforma a natureza e também se transforma, produz e se reproduz, construindo sua sociabilidade. Esta construção social, realizada através das relações coletivas estabelecidas pelos homens, recebem impactos das transformações econômicas, sociais e culturais que vêm ocorrendo na sociedade contemporânea, acarretando deste modo, a eclosão de novos paradigmas e contradições no mundo do trabalho.