A experiência do conhecimento

GARCIA, Ana Maria. A experiência do conhecimento. In: HÜNNE, Leda Miranda (Org.). Metodologia científica: caderno de textos e técnicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1990. p. 34 – 41.

Resumo informativo

A palavra conhecimento deriva do francês, e significa “nascer-com”. O homem se difere dos outros animais porque pode adquirir conhecimento, porque age com racionalidade e se relaciona com outros seres vivos. Ele possui capacidade de interpretar o mundo a sua volta, e descartar ou absorver para si essa realidade, de acordo com suas concepções. Para a criação do conhecimento é necessário um trabalho mental de quem cria, que por sua vez adquire uma maturidade que quem o copia e simplesmente utiliza essa criação não irá adquirir. Sendo assim, a criação é um processo que só engrandece o seu criador no momento em que a elabora, e pode ser facilmente repetida por outras pessoas automaticamente, sem que estas precisem utilizar toda sua capacidade intelectual.
A ciência é objetiva, mas esta objetividade não se relaciona com o objeto em si, mas sim em conceitos que possam descrevê-lo. Para alcançá-la, é necessário que tenhamos primeiro uma longa iniciação científica, já que ela é bastante complexa e possui uma “lógica” específica. O trabalho do técnico, por sua vez, é um exemplo do simples uso de um conhecimento já criado. Embora a técnica seja muito importante para o nosso dia-a-dia, ela nos limita a copiar e reproduzir conhecimentos já existentes. Esse tipo de trabalho requer um estudo muito aprofundado sobre determinado objeto, limitando o profissional apenas ao conhecimento de uso, impossibilitando seu desenvolvimento intelectual. Com isso ele perde o real sentido do conhecimento.