A evolução das representações imagéticas e seus paradigmas
Em seu texto A imagem pré-fotográfica-pós, Lúcia Santaella define três paradigmas no processo evolutivo de produção da imagem, com base em seus suportes operacionais: o pré-fotográfico, o fotográfico e o pós-fotográfico. O pré-fotográfico de Santaella abrange o desenho, a pintura, a escultura, isto é, imagens artesanais. O fotográfico compreende as imagens técnicas produzidas pela inscrição dos objetos em suporte fotossensível, através da mediação da câmera; especialmente a fotografia e o cinema, mas também o vídeo (que, embora também produzido através de outros processos, pode ser inicialmente classificado nessa categoria). O pós-fotográfico compreende as imagens de síntese, em que pixels organizados por equações matemáticas produzem simulações em computador.
Já Edmond Couchot, citado por Santaella em seu texto, separa a evolução das representações visuais em dois momentos: o da representação, que começa a partir do Quattrocento, em que os artistas renascentistas visavam automatizar cada vez mais os procedimentos de criação e reprodução da imagem até o surgimento das técnicas fotográficas, cinematográficas e televisuais; e o da simulação, inaugurado pelas imagens sintéticas, a partir da numerização da imagem, que permite agir sobre o próprio modelo, e em decorrência disso sobre a realidade virtual que o mesmo simula. A classificação de Santaella, apesar de reducionista nas palavras da própria autora, são coerentes e nos remetem a conclusões similares às de Couchot, revelando ainda maior abrangência. Ela menciona o fato de a simulação também ser uma representação, contestando alguns preceitos relativos às imagens de síntese assinaladas por Couchot.
De acordo com Arlindo Machado, em As Imagens Técnicas: da fotografia à síntese numérica, a fotografia e o cinema, junto à gravura, correspondem às imagens técnicas, por produzirem suas representações imagéticas a partir de ferramentas que unem a