A evolução da visão da capoeira: do brasil império até a inserção em ambiente escolar de hoje
Emanuel Portela de Mesquita
A capoeira nem sempre foi tal como nós a vemos e temos hoje. Até hoje, não se sabe a real origem dela como prática, e os estudiosos dizem que ela veio da África e manteve-se intacta até a atualidade. Outros chegam a dizer que chegando aqui no Brasil, ela sofreu alterações de ordem social, de acordo com a região, dando origem aos diversos tipos que nós temos hoje, como a capoeira de Angola, a tradicional e a não tradicional. O fato é que o início do jogo coincide justamente com a chegada dos escravos africanos em nosso país, que foram arrancados de suas terras, e trouxeram consigo seus idiomas, costumes, modos e hábitos, que até hoje vemos tão presentes em diversos pontos de nossa cultura. Principalmente na capoeira, aonde, por exemplo, há uma forte influência do candomblé, tendo vários de seus orixás sendo constantemente citados e homenageados nas músicas e brincadeiras dos capoeiristas. A manutenção e reconstrução da memória, cultura e identidade da capoeira oscilam e chegam a ser às vezes imprecisas, em razão de sua transmissão por meio da oralidade e ritualidade. Os primeiros registros escritos datam do início do século XIX, e não tratavam a capoeira como prática física, mas como uma “doença moral” que proliferava as cidades e que “esta percepção encontrou conformidade com o ideal de higienização da sociedade (brasileira), defendido pela política republicana nos primeiros anos de atuação”. (MOREIRA, 2007, pg. 01). Chegou a ser criminalizada, e tornou-se símbolo de vadiagem, malandragem, criminalidade e desocupação. Era apenas ensinada apenas para aqueles que pertenciam às comunidades aonde tinham capoeiristas que nesse período inicial, era unicamente praticada por negros, pobres. Não havia o ensino da capoeira na escola, obviamente, pela distancia social: como ensinar à crianças, filhas de ricos e burgueses (a escola era quase toda voltada