A Evolução da Contabilidade
A necessidade de registrar a movimentação da riqueza, sua origem, tipo e destinação, está na essência da história da civilização humana. Schmidt (2000), por exemplo, defende uma arqueologia da contabilidade, escudado em achados arqueológicos no Oriente Próximo, constituídos por fichas de barro, que foram utilizadas por civilizações pré-históricas entre 8000 e 3000 a . C. O Autor comenta (Schmidt, 2000:17): “As fichas de barro (de diferentes formatos) foram usadas abundantemente entre 8000 e 3000 a .C. como forma de representação de mercadorias.(...)Cada ficha representava uma mercadoria, bem como uma dívida de uma pessoa com outra.” É interessante perceber a vinculação entre o sistema de registro adotado e a necessidade prática de conhecer sobre a riqueza representada. Cada forma de representação da riqueza (fichas de barro antes e partidas dobradas hoje), deve guardar uma relação que seja intuitiva e direta com o objeto representado. A contabilidade nasce, portanto, de uma necessidade, antes de tudo, prática. Os sistemas contábeis, principalmente sua base conceitual, deve guardar um poder explicativo, dos fenômenos representados, significativamente altos, pois, caso contrário, perdem relevância e utilidade. A contabilidade impacta e é impactada pelo ambiente sócio-econômico onde atua. A transferência de modelos ou a constatação do que ocorre em outros ambientes, desde que descolados da realidade imediata e vivencial (empírica) do macro ambiente predominante, corre o risco de simplesmente não “pegar” ou “se perder” como discurso infrutífero. Essa perspectiva de análise reflete a posição de Kam (1990:1-3), quando menciona o que chamou de “Argumento de Littleton” para a explicação da sistematização da partida dobrada apenas no séculos XIV e XV, quando já existiam evidências intuitivas do mecanismo, muito tempo antes. O argumento menciona a existência, por volta de 1494, de certas