A Europa no século XIX
João Pedro Ricaldes dos Santos - História
A Europa do século XIX viveu o confronto de três grandes correntes ideológicas. O absolutismo, ligado aos privilégios da nobreza, inspira as tentativas de restabelecer o passado (anterior à Revolução Francesa de 1789).
O liberalismo, ligado aos interesses da burguesia, estimula as tentativas de derrubar regimes absolutistas e implantar políticas capitalistas. Surgem, ainda, as idéias socialistas, ligadas à classe operária e ao trabalhador rural, conduzindo a luta por salários, direitos básicos (políticos e trabalhistas) e condições dignas de vida. As duas últimas ideologias, por vezes, adotaram conotações fortemente nacionalistas.
A Inglaterra do século XIX, ao contrário das nações emergentes do continente europeu, já não corria o risco de um regresso ao absolutismo, devido à longa experiência de monarquia constitucional, originada na Revolução Gloriosa de 1688. O desenvolvimento industrial interno e o imperialismo inglês na África e Ásia tiveram o apoio decisivo da Rainha Vitória (1819-1901). Em seu reinado de 64 anos, conhecido como a Era
Vitoriana (1837-1901), a supremacia inglesa no mundo foi insuperável. Só na segunda metade do século é que França, Alemanha e Itália começariam a progredir na era industrial.
O parlamentarismo britânico administrou as necessidades sociais, negociou com o crescente sindicalismo (redução da jornada, direitos trabalhistas, aumento salarial) e atendeu parte das reivindicações do cartismo (1838), evitando assim as agitações políticas que abalaram toda a Europa entre 1830 e 1871.
Enquanto isso, no continente europeu a nobreza, mesmo fortalecida pelo Congresso de
Viena (1815) não conseguia impedir a difusão do movimento revolucionário iniciado no final do século XVIII e nem o novo movimento operário.
Na França, o Congresso de Viena reconduziu ao poder a dinastia dos Bourbons, mas nem Luís XVIII (1815-1824), nem seu irmão
Carlos X