A estrutura do estádo da índia
Assim sendo, o Estado da Índia tratava-se de uma rede e não de um espaço. O seu objectivo não era a produção de bens para fornecer à metrópole, mas sim a sua circulação, tendo tido por isso uma politica mais virada para o domínio marítimo do que para o domínio territorial.
A formação do Estado da Índia foi bastante rápida, tendo em ponderação a sua extensão territorial, graças ao facto dos portugueses contarem com experiencia: ao nível da organização, adquirida ao fim de três quartos de século de expansão no Oceano Atlântico; e ao nível mercantil, utilizando conselhos de mercadores nativos.
O motivo da expansão portuguesa para o Oriente era o comércio das especiarias, contando para isso com o apoio dos povos cristãos da zona. Ora, o facto dos cristãos no Oriente constituírem uma minoria, e o principal rival económico ser o antigo inimigo muçulmano, fez com que a estratégia da Coroa Portuguesa muda-se, tendo sido adoptada uma estratégia semelhante a utilizada nas campanhas marroquinas do século XV, a estratégia militar (que veio abrir caminho para o domínio politico da nobreza militar).
A entidade política conhecida como Estado Português da Índia surge com a nomeação de D. Francisco de Almeida para o cargo de Vice-Rei da Índia, em 1505. É durante o seu governo que surgem as primeiras fortalezas que fornecem apoio logístico e estratégico ao modelo de expansão oriental.
A Europa moderna tinha pouco a oferecer a uma Índia com o mesmo nível de desenvolvimento, rica em manufacturas e em recursos naturais. Como consequência disso, os portugueses eram obrigados a trocar as especiarias por ouro. Esta situação levou os portugueses a interessarem-se pelo comércio do ouro, cujo monopólio pertencia aos árabes, que recebiam pela sua troca