A estrutura da vida cotidiana
A vida cotidiana é a vida de todo homem, é a vida do homem inteiro, com todos os aspectos de sua individualidade, de sua personalidade, todos seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixões, ideias, ideologias.
A vida cotidiana é heterogênea e hierárquica.
Heterogênea quando se refere às atividades que desenvolvemos: organização do trabalho e da vida privada, os lazeres e o descanso, a atividade social, o intercâmbio e a purificação.
Hierárquica porque conforme os tempos a sociedade elege como prioridade algumas ações da vida cotidiana. Ex.: nos tempos pré-históricos, o trabalho ocupou um lugar dominante nessa hierarquia, já no século V a.c. a população livre da Ática tinha como atividade central a vida social, a contemplação, o divertimento, etc.
O homem já nasce inserido na cotidianidade e adquire amadurecimento quando consegue viver por si mesmo a sua cotidianidade, sendo que desde o início de sua vida aprende tarefas simples que evidenciam a assimilação da manipulação das coisas e também das relações sociais. Ex.: segurar copo, comer com talheres.
Também é condição de amadurecimento do homem a assimilação imediata das formas do intercâmbio ou comunicação social que começa sempre por grupos, tais como família, escola e pequenas comunidades.
Esses grupos estabelecem uma mediação entre o indivíduo e os costumes, normas e a ética de outras integrações maiores. Ex.: modo de cumprimentar, como se comportar em determinadas situações, etc.
A vida cotidiana não está fora da história, mas no centro do acontecer histórico; é a verdadeira essência da substância social. Ações que são contadas nos livros de história partem da vida cotidiana e a elas retornam.
A vida cotidiana é a vida do indivíduo que é sempre particular e genérico ao mesmo tempo.
Se eu pego uma folha de uma árvore consigo ler nela todas as propriedades essenciais de todas as outras folhas,