. A estratégia política da Comunidade Quilombola de Capoeiras- Macaíba/ RN
A origem dos territórios quilombolas está na luta e resistência da população negra contra a escravidão e opressão por parte de seus senhores à época. As terras, hoje intituladas como comunidades quilombolas derivam de quilombos, territórios livres organizados por negros e negras fugidos ou formados a partir da compra de terras por ex-escravos ou até mesmo pela posse de terras abandonadas.
Muitos foram os quilombos ou “terras de preto” criados durante o período da escravidão, dentre eles, destaca-se o Quilombo de Palmares, que abrigou milhões de escravos fugidos principalmente dos engenhos de cana-de-açúcar após a invasão holandesa em 1630 (que durou aproximadamente vinte e quatro anos). Contudo, é unânime dentro desses territórios a cultura de subsistência, de laços de solidariedade e ajuda mútua entre seus moradores e o fortalecimento de suas manifestações culturais.
No entanto essas terras foram e continuam sendo palco de interesses divergentes quanto à preservação e garantia do direito à terra de seus moradores. Ameaçados por muito tempo por grandes latifundiários, empreendimentos empresariais e imobiliários a concretização do direito à terra dos quilombolas é fruto de muita luta e resistência.
O marco da efetivação do direito à terra aos moradores de territórios quilombolas, e consequência da resistência e luta destes povos, deu-se no ano de 1988 quando o direito à titulação das terras quilombolas foi inscrito na Constituição Federal, art. 68.
“ Art. 68.; Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.”
No entanto, ainda que o direito a terra esteja inscrito em lei, e garantido pela Constituição Federal o seu cumprimento dá-se de forma burocrática e a favorecer os interesses privados de empresários, grandes proprietários de terras e muitas