A estetica de nietszche
Basicamente a estética de Nietzsche deve muito ao conceito de voluntarismo que Schopenhauer atribui. A arte está para Nietzsche na essência e suas criações dão forma a vida. Por isso o fenômeno estético está intimamente ligado a existência do homem e da natureza (e sua relação com ela). "O homem já não é artista, tornou-se obra de arte: o que se revela aqui no estremecimento da embriaguez é, em vista da suprema voluptuosidade e do apaziguamento do Uno originário, o poder artista da natureza inteira" O artista em Nietzsche, é um imitador. Ele imita a natureza, porém a manifesta conforme as determinadas "pulsões artísticas".
Com isso a arte toma liberdade, pois não é somente uma atividade do espírito, como via Hegel, a natureza também será considerada artista, pois ela é criação, ela é vida e morte. "Somente enquanto fenômeno estético é que a existência e o mundo, eternamente, se justificam" (Pág. 61, do Nascimento da Tragédia).
O que é belo para Nietzsche, é aquilo que aprova o mundo, que expressa o mais íntimo da existência.
A estética de Nietzsche é uma continuação da ideia da "Vontade" de Schopenhauer, e no "Nascimento da tragédia" não deixa de cita-lo. Neste primeiro momento, Nietzsche, sofrendo determinantes influências de Schopenhauer e Wagner, pessimista romântico, valoriza no sofrimento da existência humana a grande beleza artística.
"Teremos ganho muito para a ciência estética ao chegarmos não só à compreensão lógica, mas também à imediata segurança da opinião de que o progresso da arte está ligado à duplicidade do Apolíneo e do Dionisíaco; de maneira parecida com a dependência da geração da dualidade dos sexos, em lutas contínuas e com reconciliações somente periódicas. Estes nomes tomamos emprestados aos gregos, que manifestam ao inteligente as profundas ciências ocultas de sua concepção artística não em ideias, mas nas figuras enérgicas e claras de seu mundo mitológico." - Nietzsche em "A Origem da Tragédia"
Nietzsche