A especificidade da ciência social
Émile Durkheim (1858 – 1917), judeu, nasceu na região de Alsásia, na cidade de Épinal, na França. Em 1887, foi nomeado Professor de Pedagogia e Ciências Sociais em Bordeaux, onde ministrou o primeiro curso de Sociologia criado em uma universidade francesa. Por muitos intitulado o pai da sociologia, buscou ao decorrer de sua carreira o desenvolvimento da sociologia como ciência empírica e objetiva.
Para o desenvolvimento do texto irei utilizar algumas de suas obras: As Regras do Método Sociológico, 1895; Educação e Sociologia, 1922, obra postuma.
A obra de Durkheim reflete os problemas da sociedade em que vive. O período em que Durkheim viveu na França, foi muito instável, ocorrendo a Guerra Franco-Prussiana, onde a maior parte do território de Alsásia-Lorena foi anexada pela Prússia. E a Comuna de Paris, evidencia a crise social e econômica que passava a França, marcada pela intensificação dos conflitos sociais. Mas se de um lado existia um sentimento coletivo de fracasso, devido à guerra, uma luta entre grupos na sociedade, do outro lado, existia um entusiasmo pelo progresso técnico-científico em diversas áreas.
Todos esses fatos influenciaram Durkheim, na sua visão de que pelo racionalismo científico se poderia chegar a uma solução. Como demonstra no prefácio da primeira edição de As Regras do Método Sociológico:
“Nosso principal objetivo, com efeito, é estender à conduta humana o racionalismo científico, mostrando que, considerada no passado, ela é redutível a relações de causa e efeito que uma operação não menos racional pode transformar a seguir em regras de ação para o futuro. O que chamamos nosso positivismo não é senão uma consequência desse racionalismo.”
Durkheim reconhece a influência de Augusto Comte, em seu trabalho, na tentativa de descobrir as leis naturais que regem as sociedades e de se utilizar dos mesmos métodos das ciências exatas. Como diz, no ensaio sobre Montesquieu e Rousseau: “A ciência social