A escola e o conceito historico
Trata-se de um estudo localizado, do qual Belo Horizonte é o cenário, e que tem por objetivo compreender a crise de identidade que o grupo profissional mineiro viveu na segunda metade da década de 70.
Para isso, procurou-se fazer uma incursão na história da formação profissional desen- volvida na Escola de Belo Horizonte e nos locais onde os profissionais executavam o seu tra- balho.' Ao longo das duas últimas décadas, a literatura da produção teórica dos assistentes so- ciais faz apreender a existência de um distanciamento entre a teoria e a prática do serviço social, chegando mesmo a apontar para "o divórcio entre teoria e prática" (Wisshaupt, 1985, p. 45).
E era essa mesma afirmação que começava a circular na Escola de Belo Horizonte entre os anos de 1969 e 1972, período em que a autora vivia ali o seu processo de formação. Porém, essa é uma questão que tem sua razão de ser.
O movimento de reconceituação iniciado no contexto da sociedade chilena do final dos anos 60 inaugurava uma nova era para o Serviço Social. A busca de alternativas para uma ação que atendesse aos problemas específicos das sociedades latino-americanas levava os as- sistentes sociais a uma revisão de seus conceitos e de sua própria forma de interpretar a rea- lidade. Essa busca gerava uma tomada de consciência do papel profissional exercido tradicio- nalmente, através de suas "metas de assistência e promoção, tipicamente integradas ao sistema dominante". (Santos, 1982, p. 109)
* Escola de Serviço Social da PUC-Minas.
A Escola de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica