A escola e a sexualidade
Os primeiros conceitos sobre sexualidade infantil datam do início do século XX, mas são pouco conhecidos por parte de profissionais que se ocupam de crianças, inclusive educadores. Ainda convivemos com a idéia de que as crianças são “puras”, “inocentes” e assexuadas. As manifestações da sexualidade infantil são atribuídas à má influência dos adultos e possuem a conotação de algo feio, sujo e pecaminoso. No entanto, pelo menos desde os estudos de Freud, sabe-se da existência e da importância da sexualidade para o desenvolvimento de crianças e jovens. Os mais antigos manuais já ensinavam aos mestres os cuidados que deveriam ter com corpos e almas de seus alunos. O modo de sentar e andar, as formas de colocar os cadernos e canetas, pés e mãos acabariam por produzir um corpo escolarizado, distinguindo o menino ou a menina que “passará pelos bancos escolares”. A atividade escolar era marcada pelo cuidado, pela vigilância e pela educação, tarefas tradicionalmente feministas. No Brasil a instituição escolar era primeiramente masculina e religiosa através dos jesuítas. A escola foi atribuída em diferentes momentos, à produção do cristão, do cidadão responsável, dos homens e das mulheres virtuosas, das elites condutoras do corpo sadio e operoso. Atualmente a escola abriu suas portas para todas as classes e gêneros. Atualmente há uma discussão nos meios educacionais, a respeito das modificações que a intensa exposição da sexualidade na mídia estaria provocando no comportamento das crianças, abreviando e erotizando a infância, com o surgimento precoce de manifestações de sexualidade. Algumas dessas questões têm sido debatidas entre teóricos que tentam, ainda de forma incipiente, averiguar as possíveis alterações no comportamento infantil. As crianças já não se intimidam em fazer perguntas sobre sexo, nem em manifestar o prazer que sentem ao tocar seus genitais. Meninos e meninas têm acesso a fotos de pessoas nuas,