A Escola E A Produção De Subjetividades Macena Rodrigues E Navarro Texto 3

A Escola e a Produção de Subjetividade
Carolina Massena, Lucas Rodrigues e Lucia Navarro

Introdução
A escola tem adquirido um papel cada vez mais relevante nas sociedades capitalistas. Em vista disso, é fundamental adquirirmos uma consciência crítica da sua função, bem como alguma noção acerca de suas origens. Na primeira parte, faremos um breve apanhado de sua gênese, explicando como a escola passou a substituir a aprendizagem como principal instituição educacional no advento da era moderna. Na segunda parte, investigaremos o papel da escola na sociedade capitalista, e como ela colabora para a manutenção de tal sociedade. Por fim, faremos uma análise da produção do fracasso escolar, e qual sua função na engrenagem social. I – O Nascimento da Escola Moderna
1. O nascimento da escola moderna : da educação pela aprendizagem à escolarização É uma verdade factual, embora negligenciada, que tendemos a tomar nossos valores e instituições como universais, projetando nossas mentes na vastidão impessoal do cosmos ou então no drama apaixonante da história humana. Fazemos do mundo nossa imagem e semelhança. Assim, não é sem espanto que constatamos que, em épocas passadas, dominavam atitudes muito distintas frente à vida; e as próprias instituições que hoje governam nossa existência são contingentes e variáveis, produtos de uma longa gestação histórica. Disto não poderia escapar a instituição escolar, em sua forma atual. O processo de gênese da escola pode ser observado no início da modernidade, em torno do século XV, e, prolongando-se através dos tempos, atinge sua maturidade plena no século XIX. Durante o período medieval, assinala o historiador Philippe Ariès, não existia a escola tal como a entendemos hoje, isto é, uma instituição destinada a circunscrever e disciplinar a vida da criança, separando-a parcialmente do sociedade adulta e ocupando papel central na sua formação moral e cognitiva. Na idade média