A escola e a exclusão
O tema da escola e da exclusão não é dos mais simples quando evitamos facilidades como a de nos restringir à indignação moral ou à longa descrição das dificuldades encontradas pelos alunos excluídos da escola ou originários de meios já “excluídos”. O tema, de fato, remete a toda uma série de problemas que é importante distinguir se quisermos ver a questão de um modo um pouco mais claro e não ceder à moda que busca explicar a exclusão por meio das idéias mais consolidadas sobre a desigualdade das oportunidades escolares. Vários problemas serão aqui abordados.
• O primeiro deles é o lugar da escola numa estrutura social perpassada pelos mecanismos de exclusão. É importante saber o que se refere à sociedade e o que se refere à escola. Ou seja, qual é o lugar da escola numa estrutura social que desenvolve processos de exclusão?
• O segundo tipo de problemas concerne à análise dos mecanismos propriamente escolares que engendram uma segmentação escolar, determinante na formação dos percursos de exclusão.
• Pode-se, por fim, evocar as conseqüências dessa mutação estrutural sobre a natureza das próprias experiências escolares, a dos professores e a dos alunos. Na verdade, esses três tipos de problemas se aliam na construção de um objeto muitas vezes reduzido à simples descrição das dificuldades sociais e escolares do público em “dificuldade”, que também é um público “difícil”
DA EXCLUSÃO SOCIAL À EXCLUSÃO ESCOLAR:
Um processo duplo. Somos geralmente confrontados com duas retóricas ideológicas que pontuam o debate sobre a escola e a exclusão. Para uns, o desemprego e a precariedade dos jovens advêm da falta de adequação entre formação e emprego. A escola produziria uma formação não adaptada às necessidades da economia, produziria muitos diplomas de ensino geral e também diplomas responsáveis por introduzir uma rigidez nociva ao acesso dos jovens ao emprego. Geralmente, essa argumentação se baseia em algumas idéias simples ou na idealização do