A ESCOLA COMO ESPAÇO DE DIVERSIDADE A cada manhã ao chegar na escola onde leciono, me deparo com novas realidades, que me fazem repensar o meu papel como educadora. O currículo está ali pronto orações, verbos, conjunções, mas algo me inquieta: lá no fundo da sala duas meninas estão de mãos dadas, assumiram o namoro diante a família e a sociedade a pouco tempo, ouço os cochichos e os risinhos dos colegas, paro então a “aula” e pergunto o que está acontecendo, um menino pergunta se sou a favor ou contra o namoro de “sapatonas”. Neste momento percebo que a escola tem um grande papel diante da sociedade, o de desmistificar o preconceito. Estamos tão arraigados a cumprir um currículo com conteúdos estanques, que muitas vezes nem nos damos conta de nosso papel, o de educar uma sociedade diversa- em cultura, etnia, gênero, religião- repassando modelos de sociedade que julgamos serem corretos, mas o que é o correto? Um casamento entre um homem e uma mulher? A união entre pessoas de mesma raça? Que tenham os mesmos princípios religiosos? A cada ano que passa percebo, que a escola vem se tornando cada vez mais diversa em muitos assuntos, mas me sinto despreparada em certas situações como a que citei, pois a própria escola que deveria ser para todos, e um local de inclusão é o local onde o diferente é julgado e condenado por ser alguém diferente do que a sociedade dita. Vejo este julgamento feito por colegas que riem, debocham e muitas vezes excluem aqueles que acham que não se adaptam aos padrões sociais. Desta forma vejo que a escola está despreparada para receber alunos diferentes, que esse entendimento de DIVERSIDADE, continua sendo um tabu dentro dos portões escolares. Essa problemática somente começará a mudar no momento em que a ESCOLA e SOCIEDADE, realmente discutir, pensar e repensar que a diversidade faz parte de nossa vida a muito tempo e que deve ser discutida e trabalhada no currículo