A escola como estabelecimento de ensino do modo certo de ser no mundo.
A escola é, e tem sido um assunto em pauta ao longo da sua existência. Alguns a defendem ferrenhamente, como se ela possibilitasse a “salvação” para o ser humano; e alguns a criticam bastante apontando que ela é uma das principais ferramentas para perpetuar a maneira pela qual se organiza nossa sociedade e todas as mazelas que ela carrega. Não me atenho a nenhum destes pólos, pois considero que não devemos pensar um determinado tema somente olhando para duas extremidades desta malha. Penso que a escola tem como objetivo perpetuar a maneira como vem se organizando a sociedade e, portanto, se dedica a passar modos de ser que seriam ideais para o sujeito se tornar trabalhador e cidadão da sociedade capitalista; mas também é espaço potencial para se darem encontros e amizades e, se perpetuarem também – ainda que de maneira marginalizada – maneiras diferentes de ser e estar no mundo.
Sobre a inserção do psicólogo e a sua atuação neste local, temos diversas problemáticas e potencialidades que pretendo trabalhar aqui, já que sabemos bem, a profissão de psicólogo – assim como a escola – tem como objetivo garantir e apresentar maneiras de ser e estar ditas normais, ou certas e trabalhar os desvios para que sejam endireitados. Mas por ser psicólogo o profissional não precisa se dobrar a esta função, e pode – utilizando-se das suas bases teóricas mais progressistas – criar um espaço que se dedique a estimular as potencias singulares de quem está na escola, ao invés de recortá-lo para que se enquadre em um funcionar mais correto. E é sobre isso que pretendo discorrer neste texto.
A escola como espaço de reprodução dos saberes dominantes:
Começo a reflexão com a idéia de que a escola tem como objetivo mister a garantia da permanência da sociedade como ela está, ou aprimorá-la, no sentido de aumentar a alienação e formar cidadão que construam o sistema capitalista. Esta concepção de escola também é compartilhada por muitos autores, entre eles