A escola agente de socialização
A par da família e dos meios de comunicação a escola é um agente de socialização fundamental que concorre para a integração social dos indivíduos através da educação e do ensino de matérias que a sociedade entende como necessárias para uma intervenção responsável na vida social.
A escola exerce dois tipos de socialização. Uma socialização formal, através do ensino-aprendizagem de conhecimentos, capacidades e competências relacionadas com conteúdos científicos específicos proporcionando a formação académica necessária para o exercício de uma futura actividade profissional e uma integração social facilitada. Por outro lado, proporciona o contacto entre grupos sociais diferentes permitindo um tipo de socialização complementar ensinando um conjunto de comportamentos sociais. A este tipo de socialização chamamos socialização informal. Esta função não é neutra, a escola é um aparelho ao serviço do Estado e, como tal, divulga aquilo que a sociedade entende como necessário ao seu funcionamento actual e futuro.
Uma sociedade em constante mudança implica necessariamente uma necessidade de adaptação de programas, da aquisição de novos comportamentos e atitudes bem como da aprendizagem de novas tecnologias.
A sociedade contemporânea de cariz industrial capitalista, na maioria dos países, exige a preparação de jovens para a reprodução desse modelo de organização económica e social. A divisão social do trabalho, a valorização de determinados papéis e estatutos, o sistema de estratificação social vigente, uma certa ordem de valores é mantido e reproduzido pela escola. São abundantes os exemplos da acção da escola como agente de reprodução de modelos sociais. Se nos debruçarmos sobre os livros de leitura da Instrução Primária no período do Estado Novo em Portugal observamos alguns dos valores que o Estado Novo incutia às crianças desde a idade escolar. A obediência às autoridades, a exaltação do Nacionalismo, o “tudo pela Nação, nada