A escambo a escravidao
Na cultura dos indígenas não havia interesse em acumular mercadoria nem riquezas. Para os indígenas não fazia sentido trabalhar para acumular vários machados ou espelhos. Cada indivíduo trabalhava até conseguir o que desejava e então se recusava a continuar trabalhando.
A maioria dos europeus do século XVI era incapaz de entender essa atitude. Como o sistema de escambo não funcionou de acordo com os interesses dos europeus, eles passaram a escravizar os indígenas.
O mito da Indolência (preguiça) indígena
Desde o início da colonização, existe na América uma visão preconceituosa que caracteriza os indígenas como preguiçosos ou incapazes para o trabalho. Mas é uma atitude duplamente preconceituosa atribuir o estabelecimento da escravidão africana ao fato de o indígena “não ser bastante eficiente na dura faina” (trabalho), como escreveu Joaquim Silva em um livro didático de 1959.
Significa dizer, numa única frase, que os indígenas são preguiçosos e que africanos se destinam ao trabalho pesado. É óbvio que os indígenas não gostavam de trabalhar como escravos. Nem eles, nem os africanos, nem ninguém.
Há melhores explicações para a implantação da escravidão africana na América portuguesa. Uma delas é a influência dos missionários católicos, que tinham interesse em utilizar o trabalho indígena nas missões jesuíticas e acreditavam que os africanos estavam destinados à escravidão. Por isso, a escravidão indígena acabou proibida pelo Estado português.
Outra explicação é o interesse dos traficantes de escravos africanos: com a proibição de escravizar indígenas, os colonos portugueses se tornaram importantes clientes dos traficantes, proporcionando a eles grandes lucros.
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