A era do gol
23/08/2010 - Texto e fotos: Fernando Pedroso / Fonte: iCarros
Era uma vez, um mercado automobilístico em um País chamado
Brasil. Nele, o rei Volkswagen Gol assumiu o trono em 1987 e não mais deixou o posto. É claro que, em alguns meses, perdeu a soberania para os
Fiat Tipo e Palio, mas, no final do ano, lá estava ele no topo novamente. A
Fiat, porém, não desistiu de alcançar o primeiro lugar de vendas entre os modelos e ameaça agora o reinado com o novo Uno.
Desde que foi lançado, em maio, o Uno diminuiu a vantagem do Gol em relação ao Palio, então segundo colocado. Em abril, o Volkswagen, em suas duas gerações vendidas, somou 22.175 unidades contra as 13.381 do rival. O Mille, sozinho, vendeu 13.081. Com a chegada do Uno, que soma suas vendas com as do Mille, o placar foi favorável ao líder em 24.236 a
14.161. Em julho, a diferença foi somente de 2.258. Na primeira quinzena de agosto, a perseguição continua, mas ainda favorável ao Gol, com 12.170 a 10.679.
Para cativar o consumidor, a Fiat bebeu na mesma fonte da
Volkswagen quando trocou a geração do Uno. Assim como o Gol, o novo modelo remete ao antigo, mas com um desenho muito mais moderno. Ao contrário do sisudo e metido a esportivo rival, o Fiat adotou um desenho lúdico e temático, espalhando o quadrado com as pontas arredondadas por toda a carroceria, da grade assimétrica aos refletores traseiros. Por dentro, eles estão na escala da temperatura do controle de ar e na estampa dos bancos. O Gol foi feito para lembrar a sua primeira versão, lançada em 1980.
A traseira tem uma caída mais suave e lanternas pequenas nas extremidades da carroceria. O estilo, como em todo Volkswagen, é mais conservador, o que tende a dividir menos as opiniões, ao contrário do Uno.
Os reis estão nus
Para chegar ao topo com o novo Uno, a Fiat mirou na parte mais sensível do ser humano: o bolso. Deixou o Mille como o modelo mais barato de sua linha (R$ 23.780) e lançou o Uno