a era da psicologia

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A relação entre os projetos de psicologia experimental de Wundt e Titchener, narrada pela historiografia da psicologia, representa um caso emblemático de confusão, que vai desde a afirmação de identidade entre os dois projetos (Keller, 1970; Marx &
Hillix, 1993; Watson, 1978) até a sugestão de que Titchener teria distorcido intencionalmente as ideias de seu professor para favorecer a apresentação de sua própria psicologia (Schultz & Schultz, 1987). O motivo para essa aproximação imprópria entre
Wundt e Titchener não tem uma explicação simples, mas deve-se a um conjunto de circunstâncias, que permitiram com que a noção de experiência imediata de Wundt fosse vista como idêntica àquela de experiência dependente, apresentada por Titchener, assim como o método introspectivo adotado por Titchener fosse visto como equivalente àquele utilizado por Wundt em seu laboratório.
A genealogia da aproximação entre ambos tem sua origem identificada nos trabalhos de Edwin G. Boring, um aluno de Titchener em Cornell que, embora reconheça outras influências sobre o pensamento de seu professor, como a exercida pelas ideias de Richard Avenarius e Ernest Mach, lista uma série de aparentes similaridades entre a personalidade dos dois autores e afirma que Titchener sempre se inspirou em Wundt, tendo recebido dele uma influência muito mais profunda (Boring,
1927, pp. 492, 504). Apesar de Boring ter apontado acertadamente algumas diferenças entre os dois em trabalhos posteriores (Boring, 1950; Herrnstein & Boring, 1971), a afirmação de que Titchener “representava a tradição psicológica alemã na América”
(1950, p. 410), associada à falta de contato dos intérpretes com a obra original de Wundt e à dificuldade de compreender o elaborado sistema de pensamento do psicólogo alemão que, ao mesmo tempo em que tirava a psicologia do domínio das disciplinas filosóficas, elaborava um sistema de metafísica e mantinha, na explicação psicológica,
muitos

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