A enchente em guajará mirim
A enchente que ora assola a cidade de Guajará – Mirim, invadindo casas e estabelecimentos comerciais, também pode ser vista como uma oportunidade, convidando à reflexão acerca da atual estrutura habitacional da cidade, bem como, acerca de planejamentos que possibilitem um futuro livre das conseqüências indesejáveis das cheias. Nesse contexto, cabe ao pesquisador o papel essencial de fornecer, seja de forma neutra ou politicamente engajada, os dados necessários à confecção de planejamentos que contribuam com o desenvolvimento local. Dentre as possibilidades de contribuição do conhecimento científico pode-se destacar a da reestruturação habitacional da cidade, baseando – se em dados produzidos a partir: da demarcação geográfica das áreas vulneráveis que expõe seus moradores ao risco da enchente; do levantamento, elaboração, análise e processamento de dados estatísticos acerca das famílias desalojadas; de levantamentos topográficos de áreas que potencialmente poderão ser ocupadas com moradias populares; da elaboração de métodos que viabilizem a conscientização do morador atingido, no que se refere à necessidade de sua transferência definitiva de moradia para uma área segura, de modo que este indivíduo não retorne ao seu abrigo original em decorrência de tradições culturais ou da possibilidade de aquisição monetária através da venda ou aluguel da nova unidade habitacional que lhe for distribuída. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Plano Nacional de Habitação, promovido pelo Governo Federal, prevê zerar o deficit por moradias até 2023. Esta meta se dará por meio de estímulo ao planejamento municipal e estadual e do reconhecimento da importância da produção social da moradia – quando organizações de moradores assumem a construção das habitações. Eis que, ao pesquisar e elencar dados como este, o cientista, caso seja adepto do