A empresa humanizada
Introdução
Se hoje é um dia típico em nosso planeta, semelhante aos que se têm sucedido ao longo dos últimos anos, alguns fatos estão-se consolidando como uma rotina. Pela sua repetição, já não parecem causar alarme a muitos. Na verdade, passam a ser encarado com normalidade, o padrão de consumo dominante insiste em considerar os recursos naturais como infinito, o que leva ao esgotamento de muitos dele, por exemplo, agua e solo e a insustentabilidade desse tipo de relação com a natureza. Ao que parece, não é só o padrão de consumo daqueles que podem consumir que se está demonstrando insustentável. Também o é um sistema econômico que não leva em conta as pessoas (Forrester, 1997; Schumacher, 1983), uma ciência desprovida de valores (Capra, 1982; Morin, 1996), uma educação que massifica e aliena (Freire, 1974; Hern, 1996), uma administração que não permite a plena realização do potencial humano nas empresas (Aktouf, 1996; Chanlat, 1990), assim como tantas outras criações humanas fundamentadas em premissas que precisam ser revistas.
Enquanto se discute a quem cabe solucionar as disfunções do modelo de desenvolvimento adotado, só se está contribuindo para o agravamento dos desequilíbrios e desigualdades de uma época marcada por profundas insatisfações. É preciso agir para minorá-las. Nesse sentido, cabe indagar o papel que as empresas têm a desempenhar O presente artigo pretende discutir algumas das questões referentes à humanização das empresas e justificar a premência e a possibilidade de sua viabilização.
EMPRESA E SOCIEDADE
À medida que, após a virada do século, os consumidores começaram a se mostrar mais exigentes e os competidores mais numerosos e eficientes, às melhorias nas atividades produtivas foi preciso adicionar maior orientação para o mercado. O marketing assumiu lugar de destaque, defendendo a ideia de que o cliente deveria ser o foco.
Competentes responder às ameaças intrínsecas ao seu