A empresa flexível
Mas esta ideia conservadora começou a se mostrar inoperante a partir das grandes mudanças por que passou a área de negócios a partir dos anos 80. Forças externas como a queda súbita de preços da concorrência, o surgimento de produtos revolucionários que transformam o mercado, o colapso de canais de distribuição e a inconstância de clientes foram algumas das partes visíveis deste grande processo de mudanças.
Para o empresário e consultor da área de informática e comunicações, David Gewirtz, as empresas rígidas estão fadadas a desaparecer ou ficar em segundo plano na economia global. Em A empresa flexível, ele compara as organizações que resistem a mudanças ao graveto velho e seco de que fala um provérbio japonês: como o graveto é rígido, ele quebra com a força do vento. Por outro lado, se a empresa é flexível, assim como o galho de uma árvore, irá se curvar face as pressões externas e dificilmente se quebrará.
É o imperativo da competitividade o responsável pelo visível processo de enxugamento, terceirização da produção. Até mesmo correntes tradicionalmente mais radicalizadas do movimento sindical já reconhecem esse fenômeno como inexorável.
Em A empresa flexível, Alvin Toffler, propunha já nos anos sessenta a sua visão de futuro para uma empresa como a ATT, na época, detentora do monopólio das telecomunicações nos Estados Unidos. De forma contundente, colocava a terceirização das "atividades modulares" como única saída para uma megaempresa como aquela. O quadro conceitual colocado naquela ocasião por Toffler é aplicável hoje a qualquer tipo e tamanho de empreendimento. Sua visão era de que numa empresa é possível categorizar as atividades em dois grupos: as "atividades arcabouço", e as "atividades modulares".