A EMANCIPAÇÃO HUMANA POR MEIO DO TRABALHO
A finalidade do processo de produção capitalista é a produção de mais valia para o capital. Não a produção de valor de uso para atender necessidades. A utilidade da mercadoria é marginal e subordinada a “valorização do valor”. Não se produz o que não dar lucro, por mais útil que seja o produto. No processo de produção absorve-se mais trabalho do que foi comprado. A absorção do trabalho vivo não pago pelo trabalho morto, adicionando mais valor, é o objetivo da produção capitalista. No capitalismo, portanto, trabalho produtivo é aquele capaz de “adicionar valor ao valor antigo”, num processo contínuo de valorização do capital só interrompido pelas crises. A revolução tecnológica da microeletrônica, que tem levado a automação da atividade humana, dispensando o uso da força de trabalho na produção de mercadorias, reduz a geração global de mais valia e, consequentemente, o stock de capital "real", uma inversão da lógica interna do capital.
A terceirização surge como forma das empresas se livrarem do trabalho improdutivo e dos setores meios, permitindo que estes setores em mãos de terceiros, constituídos em empresas, tornem-se produtivos no sentido de produzir mais valia. No entanto, a relação de trabalho continua existindo entre o trabalhador considerado “autônomo” e a grande empresa, a compra da força de trabalho se realiza com a formalização de um contrato onde a responsabilidades sociais deixam de existir. A terceirização é uma forma experta de se intensificar a produção de mais valia, inclusive absoluta, sempre acompanhada de precarização do trabalho. O trabalhador desregulamentado nunca se libertou da relação com o capital, pois sua autonomia limita-se em vender sua força de trabalho na condição de “autônomo” ou ser contratado por empresas de serviços terceirizados onde os salários e condições de trabalho são degradantes. Na luta pela apropriação de parcela da mais valia sociais, as empresas detentoras de marcas ou