A eletrificação nas ferrovias brasileiras
Ferrovia Paulista S.A. - FEPASA
Introdução
Ao longo das seis primeiras décadas do século XX observou-se no estado de São Paulo uma lenta mas inexorável tendência à encampação das ferrovias locais por parte do governo estadual. O processo se iniciou em 1919 com a E.F. Araraquara e E.F. Sorocabana; em 1931, a E.F. São Paulo a Minas; em 1952, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e, em 1961, ocorre o ápice do processo, com a polêmica estatização da legendária Companhia Paulista de Estradas de Ferro - mesmo porque depois dessa medida não mais havia nenhuma grande ferrovia no estado de São Paulo que não pertencesse ao governo estadual ou federal...
Como se pode observar, nesse período a iniciativa privada não conseguiu se firmar na área ferroviária, mesmo alavancada pela enorme demanda de transporte decorrente da cafeicultura. O progressivo declínio dessa cultura após 1930 e a avassaladora concorrência das rodovias, com o beneplácito total do governo a partir da década de 1950, contribuíram para consolidar a hegemonia estatal nessa área.
As primeiras articulações para unificar as ferrovias sob o governo paulista se iniciam na década de 1940. Na verdade, seria uma incorporação da E.F. Araraquara e E.F. São Paulo Minas à E.F. Sorocabana. A idéia não progrediu, até porque eram ferrovias isoladas entre si e não havia sinergias operacionais a serem exploradas. Após a encampação da Companhia Paulista a idéia reapareceu, por iniciativa do Instituto de Engenharia de São Paulo, que sugeriu a criação da Rede Ferroviária Paulista - RFP, projeto que logo assumiu o nome de Ferrovia Paulista S.A. - FEPASA. Agora sim a idéia fazia muito mais sentido, já que todas as ferrovias paulistas estavam interligadas e sua união poderia ter efeitos bastante favoráveis, através da supressão de estruturas redundantes, otimização de recursos e reduzição de gastos, uma vez que seus déficits só aumentavam. Apesar de ter havido uma relativa