A educação e o homem
“A educação não pode ser entendida como um ponto final, mas como um ponto de partida”.
(Pierre Furter)
A educação e o homem, eis um tema fascinante. Mais que um tema. É um programa construtivo. A educação existe em função do homem. Sua finalidade é promover a realização total do ser humano. E como a totalização humana nunca é abstrata, mas concretiza-se dentro de situações bem definidas, é necessário que a educação corresponda ao tipo histórico de homem que se pretende construir. Por aí se vê que a educação pode assumir atitudes e posições diferentes. Embora sua vocação radical seja manter sempre ativo o processo da criação do homem, pode, no entanto, faltar a esse objetivo. É que a educação é um fenômeno ambíguo. Não basta que exista educação para que um povo tenha seu destino garantido. É preciso determinar o teor educacional para que se saiba em que direção está caminhando ou deixando de caminhar uma nação. A cultura atual explicitou a consciência dessa ambigüidade, e trava a luta não só a favor da educação, mas sobretudo a favor de um tipo específico de educação. Com efeito, a educação pode provocar a revolução libertadora do homem, como pode alimentar a sua alienação. Muitos estruturam a educação apenas como forma de controle social, outros a organizam como instrumento de transformação social. Tanto pode ser usada para adormecer os espíritos e as consciências como para desencadear forças explosivas. Precisamente porque a educação carrega tantas possibilidades, é que se nota atualmente uma luta intensa para dominar os pólos de decisão educacional. Sabe-se que uma decisão educacional poderá converter-se numa decisão histórica para um povo. E aquilo que foi utilizado para desumanizar o homem, poderá ser utilizado para libertá-lo. Por isso, em torno da educação, amontoam-se preocupações e esperanças. Preocupações daqueles que têm medo de perder um mundo que os gerou e favorece. Esperanças daqueles que desejam