A Educação Pública antes da Independência

Sem tradições educacionais, o seu sistema escolar começava a esboçar-se, com o analfabetismo dominando não somente as massas populares e a pequena burguesia, como a nobreza e a família real. Ler e escrever eram um privilégio de poucos, ou seja, de alguns membros da igreja ou de alguns funcionários públicos. Nos seus estudos sobre esses religiosos, Luiz Alves de Mattos atribuiu à obra jesuítica uma periodização, justificada. Posteriormente a aprovação da Constituição da Companhia de Jesus findou se a preocupação com a carência de recursos para as ações missionários. Observa Mattos que a mais expressiva diferença entre a primeira (1549-1570) e a se¬gunda fase (1570-1759) foi caracterizada pelo tipo de atrelamento econômico entre religiosos e nativos. Os tão sonhados recursos financeiros, que fariam desenvolver e multiplicar as casas da Companhia de Jesus teve origem no Alvará de D. Sebastião (1564), como a redízima abriu aos colégios do Rio e de Olinda, a Companhia pôde iniciar uma etapa mais próspera, auxiliada pela posse de escravos, fazendas e animais.** A pedagogia autoritária de que se utilizavam servia tanto aos interesses da Igreja como aos do governo português, que via na fé e na autoridade da religião o melhor instrumento de dominação política e na uniformidade.** Os jesuítas foram proibi¬dos, por Inácio de Loyola (1553), de se incumbirem de instituições de órfãos e de oferecerem, como esquematizava Nóbrega, um ensino profissional e agrícola para educar pessoal capacitado em outras funções essenciais à vida da Colônia. Nóbrega foi impedido de educar as meninas indígenas, ou seja, as pequenas mamelucas e cunhatãs. Admiravelmente, a ideia de educar as crianças do sexo feminino foi originado entre os próprios indígenas da Bahia (1552). Primitivos, mas sem preconceitos, solicitaram a Nóbrega “que fundasse também um recolhimento para suas filhas, confiando-as a mulheres cultas e virtuosas”. (Ribeiro, 2000, p. 80). Sem conhecimento da mentalidade europeia, que