A educação integral como renovação da escola
Com o “Doutor” Anísio, como todos o chamavam, Maria Yedda e, mais tarde, Darcy Ribeiro – que vinha de outra tradição, a USP, onde conviveu com Claude Lévi-Strauss - voltaram-se intensamente para a questão da formação de professores e que iria marcar, como afirmamos, a docência na antiga FnFi. Ambos, Darcy e Yedda, voltaram ao projeto educativo do “Doutor Anísio”, amigo e conselheiro mais velho, o responsável pelo projeto emancipador da “Escola-Parque”, ainda em Salvador, e também o imenso programa de escolas públicas organizado no governo Pedro Ernesto no Distrito Federal, entre 1931-1936, no âmbito do “Movimento da Escola Nova”. Anos mais tarde, durante a redemocratização do Brasil (nos anos de 1980), Darcy e Maria Yedda assumiriam as responsabilidades pela Educação no Governo Leonel Brizola. Lançaram, então, o projeto de uma escola republicana, laica, obrigatória e de tempo integral para as crianças: os CIEPs. Na entrega à população do primeiro CIEP, após dias e noites – noites que passei em claro, cuidando de detalhes do prédio construído por Niemeyer – de intenso trabalho e críticas classistas de toda a imprensa, pude então ouvir Darcy ecoar, longe e perto, as ideias do “Doutor” Anísio: “Quanto mais pobre e carente sejam nossas crianças, mais ricos devem ser os instrumentos educacionais colocados ao seu alcance”. Praticávamos, então, a “Educação Emancipadora”.
A educação integral como renovação da escola
As bases de uma concepção de educação escolar que alcançasse áreas mais amplas da cultura, da socialização primária, da preparação para o trabalho e para a cidadania estavam presentes desde os primórdios do percurso de Anísio Teixeira como pensador e político. Essa concepção foi sendo desenvolvida e aperfeiçoada por toda a sua obra e envolveu diversos elementos, entre eles a sua permanente defesa do aumento da jornada escolar discente nos diferentes níveis de ensino.
No entanto, é preciso notar que, embora a ideia de uma educação