A educação do campo: aspectos históricos e políticos
Ao abordar a educação do campo necessitamos ter claro o sujeito a que ela se destina, observando como as pessoas se fazem e se transformam; a relação dos povos constituintes da sociedade, sua história, memória e identidade.
Ao discutir a educação do campo, estamos tratando de uma educação voltada aos diversos tipos de trabalhadores que estão vinculados a vida e o trabalho rural, sob óptica de uma educação compreendida dentro dos processos sociais de formação das pessoas.
Ao observarmos historicamente a educação ofertada no meio no meio rural brasileiro, percebemos que por muitas vezes esteve relegada ao segundo plano em relação à educação da cidade, sendo ao longo dos anos tratada pelo poder público como políticas compensatórias, desenvolvidas através de programas, projetos e campanhas emergências descontínuas, muitas vezes, condenada a desempenhar suas funções à sombra das determinações, procedimentos e conteúdos próprios das escolas urbanas.
Na maioria das vezes que a escola rural esteve em pauta, tinha por objetivo atender a momentos de crises como, por exemplo, o êxodo rural, os altos índices de analfabetismo presentes no campo, o processo de modernização da agricultura que resultou na transformação da estrutura fundiária e atualmente, atendendo as reivindicações dos movimentos sociais.
Percebemos que o campo não está parado, existem movimentos e inquietações sociais que reivindicam um projeto popular de educação básica, que busca uma renovação pedagógica, tanto nas cidades como no campo, defendendo os valores marginalizados pela cultura hegemônica.
À escola do campo é atribuída grandes desafios na construção de um modelo que transforme as relações ideológicas, por meio das quais são fundamentadas as relações sociais intrínsecas a logica do sistema capitalista, resinificando os valores do trabalho na perspectiva de princípio educativo e expressão da humanização.
Há necessidade de investimentos