A economia relacionada com outras ciências
Apesar de tanto os keynesianos como os austríacos considerarem a economia como uma ciência positiva desligada de quaisquer julgamentos de valor, podemos claramente observar que esta ciência positiva tem na realidade uma ligação, seja ela qual for, a julgamentos éticos. E se não é de todo possível afirmar peremptoriamente que a aderência a uma particular escola de pensamento econômico ou filosófico derive determinantemente numa defesa de determinada ideologia, também não é possível negar que uma tal relação existe frequentemente entre a ciência descritiva e a filosofia normativa.
Ao tratar das consequências da ação humana, a economia tem de ter em conta inúmeros conceitos tratados pela filosofia moral e assumir a existência de vários conceitos jurídicos. Em particular, o livre arbítrio e a categoria de propriedade.
O conceito de livre arbítrio é, pois, a fundação sobre a qual a teoria econômica pode ser construída, e sem a qual nenhuma pode ser edificada. Similarmente, o livre arbítrio constitui a origem de qualquer filosofia moral. É da possibilidade de escolher entre o bem e o mal, o moral e o imoral que tais conceitos ganham sentido. Uma criatura sem capacidade de escolha não pode ser moralmente responsabilizada.
O categoria filosófica do livre-arbítrio estará, pois, na origem de ambas as disciplinas.
Dado que os conceitos basilares da teoria econômica e da filosofia moral são os mesmos não é de estranhar que exista, ainda que não esclarecida ou assumida, alguma ligação entre a ideologia política (em si uma extensão da filosofia moral) e a teoria econômica que se professa.
ECONOMIA, FÍSICA E BIOLOGIA
Influência da Biologia e da Física na Economia
O início do estudo sistemático da Economia coincidiu com os grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas, nos séculos XVIII e XIX.
Nesse notável período da evolução do conhecimento humano, a Economia construiu seu núcleo científico, estabeleceu sua área de ação e