A dádiva como modelo conceitual
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS- CESA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
CURSO: Ciências Econômicas I Semestre
PROFESSORA: Monalisa Torres
ALUNA: Dominique Ferreira Alves
A dádiva como modelo conceitual
O capítulo 2 intitulado A dádiva como modelo conceitual referente a dissertação Dádiva e Mandonismo: os médicos da política em Barreira, trata da definição da dádiva e sua aplicação na política, para isso é tomado como base os ensinamentos de Marcel Mauss1 e de forma superficial o poema patativano Brogosó, Militão e o diabo, o qual retrata de maneira simples e compreensível o que é considerado como sendo uma dádiva. O poeta utiliza como exemplo a prestação de um favor para assim demonstrar a gratidão, a união e o posterior vínculo de amizade que surge diante de tal gesto. Mauss, acredita que em toda sociedade existem laços sociais e que estes são fundados em prestações e contraprestações de serviços e bens, comportando em sua essência três obrigações: o dar, o receber e o retribuir. Ele ainda considera que a produção e a reprodução dos laços sociais são garantidas através da circulação dos bens trocados na sociedade, ou seja, uma vez que uma dádiva é ofertada a alguém, esta retornará ao ponto inicial como forma de retribuição, o que culminará no estabelecimento de uma relação pessoal. Diante disso, é possível entender a dádiva/dom como sendo um sistema de trocas mútuas, a qual segundo Mauss tanto referencia a organização da sociedade quanto a mantém coesa. A dádiva se enquadra no que Durkheim chama de fato social, pois percorre e atravessa os mais diversos aspectos da sociedade. Alem da dádiva, Mauss também fala em prestações totais com a finalidade de se referir aos contratos estabelecidos entre grupos, no qual se troca “todos os bens do grupo” visando o bem coletivo, em nome de seus chefes. Nesse sistema há ao mesmo tempo obrigação e liberdade, pois para se estabelecer algum vínculo