A dualidade das manifestações sociais na Era Digital
Muito se vê retratado na mídia hoje em dia em relação à força que os Movimentos Sociais estão tendo a partir da internet, como foi o caso da chamada Primavera Árabe em que manifestantes de diferentes países do Oriente Médio e Norte da África foram às ruas protestar contra o governo ditador presente há anos em suas regiões.
A internet possibilita que um maior número de manifestações sociais com diferentes objetivos se realize, seja de luta por algum ideal ou como uma forma da população mostrar seu descontentamento. Apesar da existência alguns casos bem sucedidos, muitos outros movimentos que surgem nas redes sociais não alcançam o mesmo êxito e nem chamam tanta atenção, em especial aqui no Brasil, onde tanto se reclama da corrupção e pouco é feito para combatê-la. Pesquisadores buscam entender esse efeito da manifestação social na Era Digital no qual a revolução acontece mais no online do que na vida real, e o número esperado nas passeatas e manifestações é maior do que o número de manifestantes no ato presencial.
De acordo com o Historiador Wolney Malafaia, que participou de grupos estudantis e sempre esteve engajado em manifestações sociais, o que pode explicar esse fenômeno que vem sendo chamado de manifestação do sofá é o “desinteresse político por ações concretas.”
Ana Carla: Comparando a Passeata dos 100 mil, a maior manifestação de protesto que ocorreu no Brasil, com as passeatas e marchas do século XXI, nota-se que apesar de hoje em dia termos mais facilidade na divulgação, dificilmente se alcançará um número de participantes tão grande outra vez. Ao que você atribui a diminuição de participantes nas manifestações?
Wolney Malafaia: Atribuo ao desinteresse político por ações concretas. As redes sociais