A dor de amar
Sim, toda perda deve se fazer o luto. O Luto, não é somente elaborado para aqueles que morrem. Fazemos o luto daqueles que ainda vivem, mas que de alguma forma, perdemos. Assim, na perda do objeto amado, instala-se a dor. Dor esta que atinge dimensões jamais esperadas. Ao contrário da dor corporal causada por um ferimento, a dor psíquica ocorre sem a agressão aos tecidos, se dá na alma. Como dizia Nasio, o motivo que a desencadeia não se localiza na carne, mas no laço daquele que ama com seu objeto amado. Assim, quando a dor é causada além do corpo, esta dor é denominada “dor de amar”. É esta dor que pensamos não suportar, que lateja no peito como algo físico mesmo! É aquele “buraco” impreenchível que parece nunca ter fim. É essa ruptura violenta, súbita, que suscita o sofrimento interior. Dizia Freud : “Nunca estamos tão mal protegidos contra o sofrimento como quando amamos, nunca estamos tão irremediavelmente infelizes como quando perdemos a pessoa amada e seu amor.” Resumindo: quanto mais se ama, mais se sofre. Erroneamente atribuímos ao nosso parceiro (ou ao outro) o poder de satisfazer nossos desejos e nos dar prazer. Isso, conscientemente. Inconscientemente, a psicanálise nos ensina, que o que assegura a consistência psíquica, é insatisfação que ele faz nascer (não dá para ampliar esta explicação neste momento) e não pela satisfação que ele proporciona. Nosso parceiro não nos satisfaz, porque ao mesmo tempo que ele excita nossos desejos, ele não quer e não pode nos satisfazer plenamente. Como humano, ele(a) não pode, como neurótico, ele(a)não quer! Apenas