A dominação do corpo no mundo administrado- conrado ramos
No primeiro capítulo, Relações entre indivíduo e sociedade, ele disserta sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade sob a ótica que de que a cisão absoluta dessas duas instâncias é falsa consciência.
A psicologia, como sendo campo de produção científica, se caracteriza pelo esforço de entender e explicar as relações do indivíduo com o semelhante, com a coletividade, com a sociedade. Sendo assim, ao se pensar na relação indivíduo – sociedade, surgem duas questões pertinentes, tal sejam: como separar o que é do indivíduo daquilo que é da sociedade? Como juntar categorias criadas para o estudo de objetos tão diferentes como são o indivíduo e a sociedade? Daí pode surgir o risco da psicologização dos determinantes sociais e a sociologização dos determinantes psíquicos.
Conrado acredita que pensar o psiquismo sem levar em conta a sua determinação social é perder o indivíduo em questão ou impor a ele aquilo que ele não é, bem como é igualmente inadequado pensar o indivíduo meramente como fruto do social sem resguardar a ele um limite para sua individualidade. Isso universalizaria os indivíduos, pois, sendo da mesma sociedade, seriam influenciados pelos mesmos aspectos sociais, assim, indiferentemente, todos seriam iguais. Perderiam as suas particularidades e enfraqueceria as suas resistências à sociedade, uma vez que, se eles fossem unicamente influenciados por ela, não teria porque ir contra o que lhes formou, pois estariam indo contra eles mesmos.
A psicologia se insere num campo repleto de contradições. No caso do texto percebemos isso quando uma hora critica-se a unificação da psicologia com a sociologia, pelo fato das tentativas de unificá- las não levar em consideração que elas são realmente, e não metodologicamente, separadas. Em outro momento,