A DITADURA DOS GENES
MIETH, DIETMAR. A ditadura dos genes: a biotecnologia entre a viabilidade técnica e a dignidade humana. Petrópolis, Rio de Janeiro. Vozes, 2003
A presente obra fala sobre um assunto que soa distante, mas encontra-se bastante a espreita em nossa vida, que é a questão ética envolvendo a genética e a pesquisa com genes, são diversas vertentes que calam em nosso senso comum, desde o desejo de extinção de doenças hoje impossíveis de serem curadas até os horrores que vieram da má utilização da pesquisa, que resultaram em claras violações da dignidade humana e até tentativas de extinção completa de uma “raça” em prol da melhora genética do mundo, pois bem, a obra de Mieth mostra que há caminhos a serem trilhados na busca ainda distante de uma ética eficaz diante de questionamentos tão novos e subjetivos. Necessário se faz criar proteções jurídicas e humanas para o que tais inovações podem representar à condição humana, os avanços biotecnológicos se justificam para a melhoria da qualidade de vida, sem que seja necessário se coisificar a vida, num ponto que aparece logo a pag. 29, quando lemos:
“Os juízos éticos sobre a biotecnologia são por vezes acompanhados de estratégicos deslocamentos conceituais. Por exemplo: quando se pode patentear 'material' vivo, que pode apenas ser descoberto mas não inventado, a fim de promover os investimentos para a pesquisa farmacêutica, está se rebatizando descobertas como invenções”. O juízo acima, se faz de unicamente porque quando pensamos sobre ele, não pensamos sobre COMO se fazem as pesquisas genéticas e a fim de quê, pode um cientista, em nome de uma propensa evolução usar de seu bom senso pessoal e não de leis que ordenem estas ações, na hora de colher ou patentear descobertas de coisas que pertencem ao corpo de outras pessoas? Muitas e tantas vezes sem que elas mesmas saibam? Pantanoso terreno. As pesquisas genéticas tais quais, supostamente, as conhecemos nasceram de uma ação antiética que desdobrou de