A discriminação sofrida pelas pessoas com deficiência auditiva
A discriminação sofrida pelas pessoas com deficiência no passado
Em tempos primórdios os surdos eram considerados totalmente incapazes, a ponto de serem impedidos de frequentar escolas, se casar, possuir ou herdar bens. As pessoas com perda auditiva ficavam até mesmo privadas de sua liberdade e eram trancadas em asilos, pois a surdez e, por consequência, a mudez eram confundidas à inferioridade intelectual.
Foram quatro séculos de incompreensão, preconceito e muita luta, até que o surdo tivesse a liberdade de se comunicar por meio de uma linguagem visual-espacial, a Língua de Sinais (LS), que lhe garante identidade e reconhecimento de uma forma diferenciada de contato com o mundo.
No Brasil, a virada do milênio trouxe novas exigências não apenas no meio tecnológico, mas também no educacional com o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais como a língua oficial da pessoa surda. E a conquista deste direito, pela publicação das leis nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e nº 10.436, de 24 de abril de 2002, tornou mister o ensino de Libras e a formação de instrutores e intérpretes
No século XIX, mais precisamente em 1857, aqui no Brasil, vimos surgir o Instituto Nacional de Surdos Mudos que foi dirigido pelo médico Tobias Leite e teve como um dos seus principais colaboradores o doutor Menezes Vieira. Segundo Soares (1999), o doutor Menezes Vieira, em parecer ao Congresso de Instrução do Rio de Janeiro, afirmou, sobre o pensamento do doutor Tobias Leite, que era prejuízo alfabetizar um surdo num país de analfabetos. Pois, acreditava-se que a aprendizagem da língua escrita por essa população era inútil, uma vez que o surdo não se utilizaria desse tipo de linguagem. Ele diz assim: “O doutor Tobias havia afirmado que o fim da educação do surdo-mudo não é formar homens de letras e que o primeiro impedimento, para isso, era a ausência da audição, acrescentado que a surdo-mudez era freqüente entre os pobres... o fato é que poucos têm se tornado notáveis nas