A diplomacia cultural e os privilégios de nova york
Artigo de Michael Z. Wise, publicado na edição de domingo do 'The New York Times' analisa o fenomenal assédio cultural de outros países sobre Nova York quando, em contrapartida, a cultural americana oficialmente nada faz para ser vista pelo resto do mundo. O articulista avalia como algumas nações usam a cultura para polir suas imagens e cita a construção de um prédio de 24 andares, assinado pelo arquiteto Raimund Abraham, com galerias, biblioteca, teatro e escritórios, na Rua 52, entre as Avenidas Madison e a Fifth, ao custo de 29 milhões de dólares aos cofres do governo austríaco.
O fenômeno do uso das artes como diplomacia tem uma só mão, diz o jornal: "Enquanto muitas nações abraçam a diplomacia cultural e focam Nova York, os Estados Unidos relutam em usar a arte para se comunicar com o mundo." Faz ver também que os EUA não se valem da cultura popular para se promover porque esta cultura já teria difusão e garante poder político ao país com o advento da televisão via satélites e da internet. Esquece do poder do cinema para também difundir a cultura popular americana, mas lembra a importância do Secretário de Estado Colin Powell ter aparecido na MTV na sua campanha contra o terrorismo.
Cita-se ainda quanto se despende por outros países para ter visibilidade em Nova York: Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia ajudaram a construir o Scandinavian House no Park Avenue, um pavilhão nórdico permanente para concertos e exibições de filmes. A Espanha vai inaugurar um 'Arts Center'no East 49th Street ao custo de US$ 19 milhões. O Instituto Italiano de Cultura também arquiteta mudanças para 2003. O Instituto Goethe gasta anualmente US$ 7,5 milhões para promover a cultura germânica para os americanos. O artigo prossegue citando ações culturais da França, Holanda, Grécia, Mongólia, Israel e Brasil.
Por aqui, ao sul do mundo, diante das extravagâncias da diplomacia cultural, resta-nos acompanhar indignados