A dinâmica social das favelas da região metropolitana de São Paulo
As favelas são uma solução habitacional antiga nas cidades brasileiras. Na cidade de São Paulo, embora exista o registro de 4 favelas cuja ocupação se iniciou antes de 1940 (Habi, 1987), as favelas não se faziam muito presentes até o início da década de 1970, alojando apenas cerca de 1% da população do Município de São Paulo em 1973 (Taschner, 2000).
Em 1970 e 1980 a população residente nesse tipo de assentamento aumentou muito em São Paulo. Atualmente as favelas são um retrato da alta prevalência de situações de pobreza e de uma política habitacional ineficaz por parte do Estado. Em sua maioria estão localizadas em áreas non edificante, protegidas ambientalmente ou que oferecem risco. São normalmente locais com deficiência dos serviços de infraestrutura urbana e com oferta insuficiente de equipamentos públicos.
Conhecer o tamanho dessa população e suas características são tarefas imprescindíveis para que ações públicas de melhoramento dessas áreas obtenham êxito.
A dinâmica da população favelada
Até a década de 1980, a dimensão da questão era muito pouco relevante. O levantamento da Prefeitura de São Paulo realizado em 1973 indicou cerca de 70 mil habitantes ou 1% da população do município. Entretanto, uma nova pesquisa realizada pela Prefeitura em 1987 indicou que a população favelada havia alcançado algo como 812.000 habitantes ou 9 % da população do Município. O Censo de 1991 confirmou esse crescimento, indicando cerca de 650.000 habitantes em setores subnormais, contra cerca de 375 mil habitantes em 1980.
Em 1993 a Prefeitura de São Paulo contratou a Fipe-Usp para atualizar a estimativa da população favelada. A pesquisa resultou em uma estimativa extremamente elevada – haveria 1,9 milhões de favelados, o que resultaria em um aumento de 133 %