A dinâmica da tranferência
Este artigo da série sobre técnica é um exame teórico do fenômeno da transferência e da maneira pela qual esta opera no tratamento analítico.
• Para entender a dinâmica da Transferência, primeiramente devemos pensar na vida erótica do sujeito. Cada sujeito, através da combinação de sua parte inata com as influências sofridas nos primeiros anos de vida, elabora um método próprio para conduzir-se na vida erótica, isto é, nas precondições para enamorar-se que estabelece e nos instintos que satisfaz. Assim, produz Clichê Estereotípico. • Este Clichê se repete no decorrer da vida da pessoa, determinando a maneira de amar, as pulsões que satisfaz e os objetivos que visa. Não é inteiramente incapaz de mudar, frente a experiências recentes.
• Uma parte dos impulsos que determinam a vida erótica passou por todo o processo de desenvolvimento psíquico, que é a parte da realidade, do consciente. A outra foi retida, ficando afastada da realidade ou permaneceu totalmente no inconsciente, sendo desconhecida pela consciência da personalidade. A transferência é estabelecida não apenas pelas idéias antecipadas conscientes, mas também por aquelas que foram retidas ou que são inconscientes.
• O indivíduo faz uma catexia (investimento libidinal), encaixando as pessoas numa de suas séries psíquicas já formadas, nos clichês que já formou. Assim também acontece na análise. O paciente inclui o analista numa dessas séries “imago paterna, imago materna ou imago fraterna”.
• Dois pontos de interesse específico para os psicanalistas:
1) Por que a transferência é tão mais intensa nos indivíduos neuróticos em análise do que em outras pessoas desse tipo que não estão sendo analisadas?
-Freud coloca que não é fato que isso aconteça, pois em instituições que tratam de doentes dos nervos de modo não analítico, observa-se que a transferência ocorre com maior intensidade, chegando a ser uma servidão mental. Portanto, essas características da