A dimensão simbólica em Memorial do Convento
Introdução
Ao logo da leitura de Memorial do Convento podemos encontrar vários elementos que assumem posições simbólicas. Esses símbolos dão ao leitor uma perspectiva entre o real e o “imaginário”, representando situações, personagens e até mesmo objectos. A dimensão simbólica dá ao romance características peculiares e interessantes, que transmitem o mistério e o maravilhoso aos leitores, fazendo-os pegarem-se interessarem-se pela história.
Os Símbolos
A Passarola
Simboliza o elo de ligação entre o céu e a terra. A passarola encerra o valor de dois símbolos que aparentemente se opõem: a barca e a ave. Todavia, se pensarmos que a barca remete para a viagem e a ave remete para a liberdade, concluímos que a passarola, pelo seu movimento ascensional, representa metaforicamente a alma que ascende aos céus. Assim, esta representa a libertação do espírito e a passagem para um outro estado de existência. Estabelece ainda um símbolo de guia e de luz ao manter Baltasar e Blimunda esperançados, durante o longo período obscuro e solitário do trabalho na construção do convento.
A figura feminina
A Mulher assume um papel relevante e histórico, no romance representada por Blimunda. No mundo dos pobres ela cultiva as virtudes de um heroísmo anónimo que nunca lhe é reconhecido e é a única capaz de amar como verdadeiramente deve ser o amor, com generosidade.
O Sonho
São várias as referências aos sonhos de Baltasar, de D. João V, de D. Maria Ana Josefa, do infante D. Francisco e de Blimunda. Todos têm o seu espaço onírico, mas é sobretudo o sonho de voar do padre Bartolomeu que domina o romance. Há, assim, uma clara intenção de sublinhar a importância do sonho como forma de evidenciar os medos, as ansiedades e os desejos na construção das personagens na construção dos percursos de vida.
A vontade
A recolha de milhares de vontades, combustível necessário para levantar