A diferença entre ouvir e escutar:
(SILVA 2007) Ouvir segundo o dicionário está mais ligado aos sentidos da audição, ao próprio ouvido: "Entender, perceber pelo sentido do ouvido (...) escutar o discurso, as razões, os conselhos, etc." (Novo Aurélio). Porém, aqui, já entra a função do termo escutar.
Escutar, por sua vez, significa: "(...) prestar atenção para ouvir; dar atenção a; ouvir, sentir, perceber...” ou ainda: "tornar-se ou estar atento para ouvir; dar ouvidos a; aplicar o ouvido com atenção para perceber ou ouvir..." (Novo Aurélio).
E a Escuta refere-se ao: "(...) ato de escutar; lugar onde se escuta; pessoa que escuta; pessoa encarregada de escutar as conversas dos outros..." (novo Aurélio). Daqui já se é possível fazer uma distinção do que se ouve e aquilo que se escuta, por isso aquela velha expressão quando trata-se de ouvir: “entrou por um ouvido e saiu pelo outro”. A escuta implica muito mais do que simplesmente ouvir.
Para conceituarmos a escuta utilizaremos concepções teóricas da psicanálise, uma vez que o serviço social apesar de utilizar deste instrumento, possui pouca produção teórica a respeito do tema.
Considerações Freudianas e psicanalíticas:
Foi Sigmund Freud o principal inaugurador do “espaço da fala”. Foi quem mais deu importância à palavra, fazendo com que a escuta ocupasse um lugar central dentro da psicanálise. Ele é o fundador do campo da escuta enriquecendo o processo comunicacional através da teoria psicanalítica.
"(...) o que se escuta, na maioria, são coisas cujo significado só é identificado posteriormente" (Freud, 1912: p. 126).
Freud assim como o Serviço Social defende a ideia de que a escuta é um processo, e que é preciso da sensibilidade e atenção do escutando para poder decodificar o que esta sendo dito.
Freud afirma que "(...) a regra de prestar igual reparo a tudo constitui a contrapartida necessária da exigência feita ao paciente, de que comunique tudo o que lhe ocorre, sem crítica ou seleção