A didática e a formação de educadores
A didática e a formação de educadores
Da exaltação à negação: a busca da relevância.
Vera Maria Candau
PUC/ RJ
Todo processo de formação de educadores – especialistas e professores – inclui necessariamente componentes curriculares orientados para o tratamento sistemático do “que fazer” educativo, da prática pedagógica. Exaltada ou negada, a Didática, como reflexão sistemática e busca de alternativas para os problemas da prática pedagógica, esta, certamente, no momento atual, colocada em questão. As principais acusações são de que seu conhecimento, quando não é inócuo é prejudicial.
O objeto de estudo da Didática é o processo de ensino-aprendizagem, toda proposta Didática está impregnada, implícita ou explicitamente, de uma concepção do processo de ensino aprendizagem. Partindo da afirmação da multidimensionalidade deste processo: O que pretende dizer? Que processo de ensino-aprendizagem, para ser adequadamente compreendido, precisa ser analisado de tal modo que articule consistentemente as dimensões humana técnica e político-social.
A Didática é então “privatizada”, o crescimento pessoal, interpessoal e intragrupal é desvinculado das condições sócio - econômicas e políticas em que se dá; sua dimensão estrutural é, pelo menos, colocada entre parênteses. Aspectos como objetivos instrucionais, seleção do conteúdo, estratégias de ensino, avaliação etc; constituem o seu núcleo de preocupações. Trata-se do aspecto considerado objetivo e racional do processo de ensino-aprendizagem
A dimensão técnica é privilegiada, analisada de forma dissociada de suas raízes político-sociais e ideológicas, e vista como algo “neutro” e meramente instrumental. Se o tecnicismo parte de uma visão unilateral do processo ensino-aprendizagem, que é configurado a partir exclusivamente da dimensão técnica, no entanto o domínio do conteúdo e a aquisição de habilidades básicas, assim como a busca de estratégias que viabilizem esta aprendizagem em cada situação